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Mensagens

Olhares perdidos de ternura

Acordo com um sorriso de quem adormeceu feliz. Na minha rotina entro na carruagem, pego no telemóvel e ponho a playlist a tocar. Mas o telemóvel resolveu contrariar a minha vontade e reiniciou… Neste entretanto, reparo num senhor sentado do outro lado, duas filas à frente. Cerca de 80 anos, cabelo grisalho, rosto virado para a janela. Nem mesmo o pó que se via no vidro impediu o reflexo daquele olhar, que me tocou de imediato. Uma alma perdida, machucada. Tão amarrotada quanto a sua camisa. Caramba! Aquele olhar!… um olhar de saudade. Saudade de quem já não está. Saudade do que viveu, do bom que ficou na memória, cravado no seu coração. Gerir estas recordações, nem sempre é fácil. São os nossos amores. Incondicionais ou não, mas os nossos amores. Nem sempre é fácil. Mesmo que tentemos substituir por outros bons momentos, os atuais… Tu vais lembrar-te sempre. Vai ‘bater’ aquela saudade. Pensar que podias ter dito tanta coisa. Feito tanto. Mas o coração mantém-se vi

Memórias do face...

Durante uns anos 'namorei' o site da Universidade Aberta.  Bastava um clique...  Um medo tremendo de falhar me tolhia os dedos.  Seguiram-se 3 anos.  29 de Setembro 2015.  Sonho conquistado.  Afinal era capaz.  Passaram 5 anos.  Tanta coisa mudou.  A minha forma de encarar o mundo, enquanto cidadã e enquanto pessoa.  A minha valorização profissional.  Já passaram 5 anos.  Tanta coisa tão boa aconteceu.  Conheci pessoas.  Amizades que ficam.  Daquelas que viram família.  O meu amor. Um amor para o resto da minha vida.  Puxa, já passaram mesmo 5 anos.  E continuo certa de que foi das decisões mais acertadas da minha vida.  Esta memória é para vós, que me acompanharam nesta caminhada de que tanto me orgulho. Esta memória é para ti, que me fazes sentir a mulher menina mais feliz do mundo. Ana Paula Ribeiro

Gosto de ti.

Gosto de ti. Gosto do teu abraço.  Somos muito mais que uns amassos. Quando me envolves nos teus braços, és sentimento, és cuidado.  O meu coração fica no ritmo do teu respirar, deixo-me ir no teu conforto. Gosto de ti. Gosto do teu olhar.  Nele há palavras que escondes. Mas eu sei que sim. O teu olhar despe-te e as tuas emoções crescem em mim. 

E sim, vale MUITO e TANTO a pena!

Nem sempre o muito quer dizer tanto. Ou o tanto revela felicidade. Muitas pessoas à volta. Tanta solidão. Às vezes descobre-se tarde esta ironia de palavras e sentires. Quando já aquele pelo branco teima em sobressair do meio das tuas sobrancelhas, e tu sentes-te incapaz de lutar contra ele e virar-lhe as costas. No fim … acredito que seja quando tem que ser... Quando te sentes preparado. Quando estás de peito aberto para receberes o melhor que a vida tem para te dar. E dás importância ao que te faz bem. E sim, vale MUITO e TANTO a pena! Partilho hoje este pensamento porque li algures que a maioria das pessoas morre sem estar ninguém por perto. Não é isso o que mais importa. O mais importante é apercebermo-nos se efetivamente vivemos estando acompanhadas. Ana Paula Ribeiro

Passageiros que nos fazem falta

Hoje vim durante a viagem no metro sem dar pelas pessoas à volta, sem observar as histórias que contam os seus olhos. Vieram os meus a contar várias com certeza, entre uma lágrima ou outra que caiu, sem que eu conseguisse conter. Ainda estou a recuperar de um misto de emoções que ontem vieram fazer-me uma visita e que teimam em instalar-se ainda por cá e me levam a escrever esta nota. Partilhei emoções com alguém que perdeu a sua mãe e que por vários motivos me recordaram pessoas que foram minhas pessoas e que perdi há anos. Não é fácil gerir o fim da viagem daqueles que aprendemos a amar. Daqueles que nos ensinam tanto e nos fazem crescer. Hoje, dizem, é dia dos avós. Seria o dia deles. Tenho a sorte de os meus filhos terem os meus pais vivos e poderem ainda disfrutar dos avós. Eu pouco ou nada convivi com os meus. Sinto pena, mas do fundo do coração, o sentimento nunca poderá ser tão forte quanto a dor pela ausência daqueles que foram meus segundos pais. Perde-los f

A linha da vida. A estação de saída.

Viajo há 44 anos. Nasci em Angola, em casa, a carruagem onde os meus pais viviam na altura com o meu mano. Sentiam a ansiedade de quem vai receber um novo passageiro. O meu mano, com 9 anos, ouviu o choro e pensou ser uma galinha! Ainda hoje o meu pai conta este episódio e me faz sorrir. Nesta viagem que faço há tantos anos, passei já por tantas estações... Umas fisicamente, outras em pensamento. Vivi já tantas emoções... Umas boas, outras menos boas. Sejam de que tipo for, das que arranham a alma e nos fazem sentir vivos. Quando fazes a viagem da tua vida, as estações vão passando e tu, porque precisas não perder o ritmo desta vida louca, decides rapidamente se sais nesta ou naquela. Muitas vezes nem dás pela decisão. Apenas sais e quando dás por ti é seguir caminho e fazer dele o melhor que sabes e podes naquele momento. E entras noutra... e segues caminho. Às vezes, sentes mesmo que não estás na carruagem certa, mas a luz escura que vem do túnel assusta. O des

Entre cores da vida...

Cheguei ao Campo Grande. Encostei-me a esta coisa da publicidade... Hoje senti-me cansada logo pela manhã ao acordar. Divago o meu olhar pelo que me rodeia, refletindo e tentando perceber o porquê de tanto cansaço... Reparo que estou entre duas linhas de cores fortes. Cores que representam tanto quando se trata de caracterizar momentos. Amarela. Verde. Alerta. Esperança. Estou a pensar que se tivesse que escolher... Que cor escolheria? (neste momento os meus amigos sportinguistas estão todos prontos a opinar) Prefiro viver com esperança ou estar alerta? Sempre fui de acreditar nas pessoas. Gostar de pessoas. Ter esperança nelas. Verde? Sempre precisei dos meus momentos a sós. Refletir sobre o que me rodeia. Estar atenta. Amarela? Não é fácil conseguir um equilíbrio. Mas a vida é uma espertalhona que nos faz percorrer gincanas e nos vai dando pistas... se nos leva a bater no fundo, também nos faz vir à tona. Momentos menos bons. Momentos maravilhosos

É assim, quando se tem um amigo muito especial

Sais do trabalho tarde... cheia de vontade de te estenderes a comer umas pipocas e a ver um rol de episódios de uma qualquer série. E pensas ... ah! A esta hora há lugares sentados! Nop ... Perturbações na linha ... e em todas as pessoas que vão entaladas umas nas outras. Não posso respirar ou corro o risco de tocar em alguma parte estranha do vizinho do lado. E do da frente. E do de trás. Teimo em procurar o telemóvel no bolso e consigo puxa-lo com grande esforço e  cola-lo ao nariz, de forma a ler as novidades dos meus amigos online. Eis que surge o meu fã n.º 1  e partilho com ele, a todo custo (bendito teclado especial), a minha dor. - Oh pá! Estou tão entalada que pareço uma sardinha!! Do outro lado, nada. Silêncio. E pensei ... xiça que isto hoje corre mesmo mal ... mas não! O meu fã apenas se inspirou e dedicou-me a seguinte obra de arte: No metro Apertada como uma sardinha Sob pressão de corpos alheios Sufoco A minha mente viaja Perco-me Num Mundo tão

“- E pra onde vais com esse medo todo?”

Foi a última frase que ouvi hoje de manhã, de uma conversa entre dois jovens que entraram na mesma carruagem. Pus os meus “fones”, liguei a música no telemóvel e fechei os olhos. Mas aquela frase não me saiu da cabeça e quando dei por mim, saiu isto… Medo. Eu não quero o medo. Quero o risco. Quero perder o sentido, ganhar emoções sem rede. Viajar mais! Chorar mais! Dançar à chuva! Rir até não poder mais! Quero sofrer para me sentir viva e viver para me sentir feliz! Correr atrás do sol e deitar-me com a lua. Quero arriscar palavras loucas em frases sem sentido. Desenhar caminhos novos nos traçados pela vida, fazer fintas aos obstáculos da mente. Quero abraços desconhecidos. Beijos apaixonados! Eu quero amar. Quero prazer. Quero sentir em mim emoções sem sentido. Deixar-me ir... Eu quero o risco. Não o medo. Ana Paula Ribeiro

Desvarios...

Sempre precisei do meu espaço. Momentos com nada e ninguém. Ultimamente, no meu nada e ninguém, apareces tu... Umas vezes chegas de mansinho e sem dar por isso, já o nada és tu. Outras, vens num turbilhão. Chegas e, do nada és o meu ninguém. Hoje as saudades apertam imenso. Tanto. Chegam como as agitadas ondas do mar. Gigantes... e nelas me sinto a afogar... Ana Paula Ribeiro 

Tudo o que era ficou suspenso no silêncio de um pretérito demasiado imperfeito.

Um instante apenas faz com que venha de imediato, o sabor amargo dessa imperfeição. Não aprendi ainda a lidar com determinadas atitudes. A arrogância é uma delas. Imaturidade minha? Talvez. Na realidade não sei se quero aprender... Prefiro seguir meu caminho na direção oposta. Ana Paula Ribeiro 

Olhares que observam...

Mais uma viagem. Linha amarela. Desta vez atrasada. Desço as escadas num frenesim para entrar na carruagem. Sento-me e os meus olhos imediatamente se enchem de ternura pela mulher que está à minha frente. Cabelos loiros. Magra. Pele clara, de uma textura que pede o toque. As suas mãos levam-me às horas de trabalho que todos os dias precisa para vencer num país que não é o seu, numa profissão que não é aquela para a qual estudou em menina. O seu olhar distante faz-me sentir um misto de tristeza e ternura. No colo, um colar com uma palavra num idioma que me é desconhecido. Tenho a certeza que se eu a soubesse ler, leria a palavra saudade. Ana Paula Ribeiro (linha amarela, 31/03/2017)

O maquinista

Hoje durante a viagem por linhas metropolitanas, não escrevi nada. Nem no papel, nem no telemóvel. Mas estava para aqui a pensar com os meus botões, de todos os rostos que vi qual o que me sobressaiu mais... E acho que foi mesmo o do maquinista. Quando a carruagem vem, eu sempre fico atenta ao maquinista. Tento ver o rosto daquele que me vai levar até ao meu destino. Sempre de rosto sério, triste(?) de quem está sozinho, percorrendo sempre os mesmos caminhos. Em gestos automatizados dos quais nem se recorda fazer. Segue aquela linha. Vai. Regressa. Vai. Regressa. Ironia. Dentro das carruagens vão centenas de pessoas. Apressadas. Apertadas. Sonolentas. Abafadas. Sem se lembrarem dele. Sem nunca pensarem nele. O maquinista que as leva todos os dias para os seus destinos. Hoje pensei nele. Hoje não o vi. Observei-o. E quero agradecer-lhe. Porque me sorriu e me fez sorrir também. Ana Paula Ribeiro

Instantes

Há instantes que vivo contigo que me deixam a ensandecer. Mas não me deixo levar pelo desvairo dos momentos em que te toco. A ti que não sabes o que sinto. Nesse momento doce e tranquilo, mas quase louco, agarro-me… calo o meu desejo. Fecho os olhos e sinto-te como se fosse uma última vez. Se eu pudesse parar o tempo ... Tanto fujo e estou cada vez mais presa a ti. Quando vais, fica aquele gosto amargo. De quem não fez o que sentia. De quem não disse o que queria. Ana Paula Ribeiro

Hoje é dia de

Não sou muito dada a esta coisa do "dia de..."... mas li algures que hoje é dia do amigo e sigo aqui, sentada no metro, ouvindo a minha música e mais uma vez as pessoas olhando cada uma para o seu telemóvel. Resolvi escrever umas linhas sobre os meus amigos e sobre o que poderá ser isto de ser-se amigo. Nunca fui muito boa naquilo que poderá ser o ideal para alimentar uma amizade. Não costumo telefonar, muitas vezes não fui ao tal café e durante estes anos que passaram foram muitos os contactos que perdi. Daqueles que gostaria de ter mantido e que acabei por perder o rasto, precisamente por esta ausência. Será por preguiça, porque tenho muitas fases de solidão que me alimenta, por adversidades da vida e/ou sobretudo desorganização. Sou péssima a gerir o tempo. Tenho noção desta minha dificuldade e tenho tentado melhorar, mas isto quando se é mais cota fica mais difícil. No entanto quero deixar muito claro o seguinte: tenho amigos para a vida inteira com os quais não

Para ti que ainda não sei quem és...

Não te conheço. Não sei teu rosto. Sei que estou apaixonada por ti. Que me fazes feliz em momentos pincelados de prazer. Vou sentindo o cheiro e o toque da tua pele,  sem sequer saber quem és. Sigo todos os dias nos meus passos que me levam de encontro a ti. A estrada que desenho é única. Pode ter várias encruzilhadas, mas a direção que tomo é sempre a mesma, a que me leva até ti… Até um dia, paixão… Ana Paula Ribeiro

Esta noite estou como a Simone...

Conheço teu beijo, mas não sei teu rosto... Quem será que me chega Na toca da noite Vem nos braços de um sonho Que eu não desvendei Eu conheço o teu beijo, Mas não vejo o teu rosto. Quem será que eu amo E ainda não encontrei Que sorriso aberto Ou olhar tão profundo. Que disfarce será que usa Pro resto do mundo. Onde será que você mora Em que língua me chama Em que cena da vida Haverá de comigo cruzar Que saudade é essa Do amor que eu não tive Por que é que te sinto se nunca te vi Será que são lembranças De um tempo esquecido Ou serão previsões De te ver por aqui... então vem! Me desvenda esse amor Que me faz renascer. Faz do sonho algo lindo Que me faça viver. Diz se fiz com os céus algum trato Esclarece esse fato E me faz compreender. Esse beijo, esse abraço na imaginação E descobre o que guardo pra ti No meu coração Mas deixa eu sonhar, deixa eu te ver. Vem e me diz: quem é você ... https://www.youtube.com/watch?v=I9Hw9h1S0lY

Adeus ano velho. Feliz ano novo!

2016 está a terminar … já cheira a fogo de artifício, a festa, a abraços e para muitos a lágrimas. Supostamente estamos naquela altura do ano que nos leva a refletir sobre o que vivemos nesse ano e a vida toda até então. Sinceramente nunca tinha sentido tanto a necessidade de o fazer, talvez para evitar a confrontação com a realidade que vivia, não sei bem. Porém este ano sinto-me diferente. E talvez porque nunca me dá o sono e contar carneiros já não me ajuda nas minhas insónias, sobrou o refletir sobre o que foi o meu 2016. Foi um ano de mudanças bruscas. Um ano de saudosismo, ruturas e de dor. Muita dor. Não pelo ano em si, mas por ser o reflexo de tantos anos passados deixarem de fazer sentido em algumas nuances.  A nível pessoal, mas também profissional. Foi aquilo a que se chama bater no fundo. Confesso que muitas vezes nestes anos e sobretudo nos primeiros meses deste, não consegui perceber "ca" raio fazia cá e senti muitas vezes não fazer falta a
O poeta Raul Minh'alma colocou ontem uma questão na sua página do facebook: É possível amar alguém por quem nunca nos tenhamos apaixonado? Deixo-vos a minha opinião Acredito que seja possível entre duas pessoas que se conhecem, dois amigos por exemplo. Aqueles amigos que fazem muitas coisas juntos, que desabafam, que riem, choram e estão sempre lá e pensam muito um no outro, podem começar a sentir outro sentimento que não a amizade inicial. Vem aquele amor calmo e sereno, mas que também pode dar borboletas no estômago quando assumem o sentimento novo e se deixam levar. E desejo que sim! Porque essa sensação é tão boa 💗  E vocês? como responderiam ao poeta? Raul Minh'alma https://www.facebook.com/raulminhalma/ Instagram: @raulminhalma Snapchat: raulminhalma Ana Paula Ribeiro